segunda-feira, 15 de março de 2010

A pintura egipcia


A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo (1560-1070 a.C.), uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura e se desenvolveu após a Escultura. A cor era um importante complemento religioso. As pinturas egípcias traziam como traços característicos a ausência da tridimensionalidade e perspectiva, a cor chapada e sem nuances, e as leis da frontalidade e a áulica. Ainda no campo da cor, havia uma simbologia marcante na questão dos gêneros: a figura feminina era pintada em uma cor ocre mais clara, enquanto a masculina recebia uma coloração mais escura. O homem, castigado pelo sol, deveria ter a cor mais escura. Para representar a água bastava uma mancha escura com linhas em ziguezague.
A pintura egípcia utilizava-se de técnicas mais rudimentares de afresco (pintura sobre gesso ). As câmaras mortuárias continham o maior número de pinturas. Boa parte desse acervo ficou preservado graças a dificuldade de acesso do local e também à goma de adraganto misturada aos pigmentos quando do preparo das tintas. Inúmeras cenas cotidianas e religiosas estão representadas nesses afrescos.
O artista egípcio foi um exímio explorador da linha como elemento formal. A posição ereta e imóvel de suas esculturas causam a sensação de linha. O plano espacial é dividido não pela perspectiva mas por linhas que lembram faixas. A sensação espacial é representada segundo a altura das cenas subsequentes e não por sua profundidade. O espaço é bidimensional. Ainda sobre a questão espacial, é raro uma figura encobrir partes de uma outra figura. Acredita-se que o artista egípcio lançava mão de uma grade quadriculada ao iniciar o trabalho de alguma pintura.
Duas “leis” regiam a arte egípcia. A lei da Frontalidade e a lei Áulica. A primeira “perspectiva da aparência. Onde os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente”. Não se pode considerar tal forma de representação um erro, mas um recurso artístico de época. Já a lei Áulica( relativo a corte) , está presente em muitas obras egípcias na concepção do tamanho das figuras. A hierarquia determina a proporção de altura. Os soberanos são representados em tamanho maior, enquanto os súditos se apresentam em escala menor. Leis que nortearam a arte do Egito por três milênios.


Carlos Alberto nº4
Em pintura mural egípcia, Anúbis, o condutor de almas,
é representado como um chacal.

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